GABRIEL DELANNE

Semana 242

FALANDO DE OBSESSÃO – (Parte 7) - Criança, o delinear de um novo amanhã

Alfredo Zavatte

A educação, o carinho e o amor dispensados à criança são antídotos para futuras obsessões.

Os transtornos psíquicos e obsessivos em crianças vêm crescendo assustadoramente. Para se chegar à causa, todas as vezes que elas são encaminhadas ao tratamento desses distúrbios, basta sabermos como estão os relacionamentos no ambiente familiar.

Esta pergunta já basta para  se constatar que, quando o relacionamento do casal não vai bem, a criança também não poderá estar bem. 

O amor recíproco entre os membros da família é essencial para as crianças cumprirem os nobres objetivos que terão que desenvolver em sua vida.

É no ambiente doméstico que o amor deve ser expoente divino de toda a compreensão espiritual. Todos os sacrifícios pela paz familiar são necessários para uma harmonia desejável, evitando-se as contendas  conjugais. Assim é que, nessa santa tarefa de abnegação, não somente a mulher, mas também o homem, deverão buscar o verdadeiro caminho para os filhos, através da educação, carinho e amor.

Independentemente do credo religioso da família, a prática do amor deverá ser  encarada com muita seriedade e serenidade, sem limites para  exercê-lo, principalmente em relação aos filhos, para que possam adquirir hábitos saudáveis, que lhes serão eternamente úteis.

A melhor forma de ensinar é através dos exemplos, pois consolidam os valores. Os educandos observam os comportamentos daqueles que estão à volta e os interiorizam. 

Os  pais devem se conscientizar da grande responsabilidade que assumem quando decidem ter uma criança. Trata-se de um espírito que reencarna com o único objetivo de aprender a amar e instruir-se para evoluir. Ninguém conseguiria interiorizar valores morais e executar qualquer trabalho, se não lhe fosse ensinado. Cumprir a missão de educar, de forma correta, terá como consequência a paz, a harmonia interior e a profunda alegria pelo dever cumprido.

Os ensinamentos que se iniciam após o renascer para mais uma encarnação, não podem ser deixados para mais tarde. Todos os momentos de convivência são oportunidades imperdíveis para educar; educar sempre!

O desconhecimento da pluralidade das existências e da imortalidade da alma dificulta a compreensão da imensurável importância que os pais, educadores e demais familiares representam ao processo evolutivo espiritual daqueles que voltam a um corpo físico com esse sagrado objetivo: aproximar-se cada vez mais, mesmo que lentamente, da perfeição, ou seja, do Criador.

O sistema educacional aplicado às crianças deve focar, dentre outros fatores, a eliminação dos vícios, na maior parte das vezes, adquiridos em existências anteriores. Jamais deveremos negligenciar esse importante passo para a evolução, e, mais uma vez, o nosso exemplo é a mais eficaz ferramenta pedagógica. Comportemos com responsabilidade, para que, futuramente, não soframos da terrivel dor consciencial decorrente dos deslizes e negligências em relação aos pequeninos que nos foram confiados.

Os pais devem monitorar os filhos, a fim de ajudá-los a aprender a superar os instintos primitivos que ainda permeiam a Humanidade. 

É muito perigoso que os pais, atraídos pelo encanto de seus filhinhos, se esqueçam que as crianças têm a necessidade de aprender disciplina e a ouvir “não” ou “sim”, conforme a circunstâcia; com amor, serenidade e firmeza.  Dessa forma, são preparadas para enfrentar as vicissitudes da vida, sem prejuízos à saúde mental; preocupante mal que assola, sobretudo, as crianças e jovens da atualidade.

Por outro lado, não amedrontemos as crianças com severidade exagerada e autoritarismo. A essência da evolução espiritual é a aprendizagem do amor, que pressupõe o respeito a tudo e a todos!

Metodologia educacional equivocada poderá gerar ou agravar desequilíbrios psíquicos de toda ordem. É fundamental que saibamos que, via de regra, reencarnamos com enfermidades psíquicas e/ou físicas geradas pelos nossos pensamentos e atitudes de encarnações pregressas, que permanecem registradas no perispírito. Por isso, cabe aos pais e demais educadores, educar integralmente os Espíritos reencarnados sob nossa responsabilidade, e também auxiliá-los no caminho da cura definitiva dos males que os afetam.

Poderia o leitor até questionar: o que tudo isso tem a ver com obsessão?

A explicação é bem simples: todos os desequilíbrios psíquicos são de ordem espiritual e acontecem no mesmo lugar: na mente. 

São muitas as pessoas que nos procuram para conversar sobre a obsessão; não só preocupadas com seus filhos, mas também com elas próprias; e a maioria atribui a responsabilidade aos espíritos obsessores, procurando um subterfúgio para justificar as atitudes inadequadas e os desvirtuamentos no lar, seja dos filhos ou, sobretudo, dos demais familiares.

É muito importante entender que o início do processo obsessivo se deve a nós mesmos, quando mudamos a frequência vibratória em razão de desequilíbrios das mais distintas naturezas; e não aos espíritos. Eles apenas aproveitam as nossas fraquezas porque, desarmonizados, sintonizamos a faixa vibratória deles, permitindo-lhes que desempenhem suas atividades malignas que, em última análise, levarão a pessoa, seja ela criança, jovem ou adulto, aos consultórios psiquiátricos, aos Centros Espíritas para  serem tratados, e até às internações em clínicas especializadas.

Essa realidade espiritual exalta a importância da consciência que pais e educadores devem ter a respeito do delineamento de uma metodologia educacional holística, que integre os ensinamentos, teórico e prático, dos valores morais e dos princípios que norteiam a vida eterna do Espírito, além de todos os conhecimentos que adquirimos nas escolas clássicas.

A educação tem que ser embasada pelo amor, o remédio divino para todos os males que assolam a Humanidade.

A vivência em familia nem sempre é um jardim florido. Às vezes, os espinhos das preocupações e ansiedades requerem intervenções urgentes. No entanto, embora haja a necessidade de atitudes de firmeza para controlar  nossas emoções, não bastam para curar as feridas que se alojam na consciência.

Nada é mais importante na educação do que preparar as crianças para que se tornem não somente livres, mas também responsáveis, seguras e conscientes do papel da interiorização dos preceitos morais na mitigação das enfermidades espirituais. 

Conforme a psicologia moderna, a educação infantil é perfeitamente possível sem o uso do autoritarismo; basta fazer com que as crianças conheçam o amor e aprendam a amar, que recebam atenção, respeito e proteção.

Saudemos e ajudemo-las a enfrentar essa jornada tão difícil neste mundo de provas e expiações. A família é o esteio fundamental para receber e facilitar a sequência da evolução desses  espíritos, e os pais, os seus exemplares  educadores amorosos, que devem desempenhar a nobre tarefa de salvá-los da voraz tempestade de incertezas que assola o mundo atual.

Paz ao seu Espirito!