François Marie Gabriel Delanne nasceu em Paris, no dia 23/3/1857, ano de lançamento de "O Livro dos Espíritos". Seu pai, Alexandre Delanne, muito amigo de Allan Kardec, era espírita e sua mãe, Marie Alexandrine Didelot, era médium e contribuiu na codificação do Espiritismo. Gabriel foi engenheiro e dedicou-se ao Espiritismo Científico, tendo buscado sua consolidação como uma Ciência estabelecida e complementar às demais. Fundou a União Espírita Francesa, a revista "O Espiritismo", além de ter publicado vários livros. Desencarnou no dia 15/2/1926, aos 69 anos.
Semana 91
Um lindo e colorido farol
* Laurete Godoy
Dulcemar
Augusta de Rezende possui variados recursos mediúnicos, sendo o mais expressivo
a psicofonia. Ela participava das reuniões da Casa Beneficente André
Luiz, da cidade de Santa Fé do Sul, estado de São Paulo e, por ser
totalmente inconsciente, não tinha a menor ideia da identidade dos
comunicantes. Certa manhã ela me telefonou, querendo saber se eu conhecia
alguém chamado Deolindo Amorim, porque na véspera, um espírito se identificou
com esse nome e transmitiu mensagem por meio dela.
Dulcemar complementou: - A Vani contou
que ele falou coisas muito bonitas. Deve ter sido uma pessoa culta, preparada e
muito importante dentro da Doutrina Espírita. Pensei que você o conhecesse.
Diante disso, corri a procurar
informações e fiquei fascinada. Deolindo Amorim nasceu em Baixa Grande, Bahia,
no dia 23 de janeiro de 1906. Membro de família católica, tornou-se
presbiteriano e, após romper com sua igreja, ficou durante vários anos sem
definição religiosa. Mais tarde transferiu residência para o Rio de Janeiro. Na
Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil graduou-se em Sociologia e,
posteriormente, fez outros cursos de nível superior. Em 1935 entrou
em contato com a Doutrina Espírita, passou a admirar as obras de Léon Denis e
exerceu com brilhantismo funções de jornalista, publicitário, escritor e
conferencista espírita. No ano de 1939 idealizou o I Congresso de
Jornalistas e Escritores Espíritas, que foi realizado com sucesso no Rio de
Janeiro, no auditório da sede da Associação Brasileira de Imprensa. A promoção
do evento representou uma vitória de Deolindo Amorim porque, na época, o
Espiritismo sofria forte perseguição de várias instituições brasileiras. A
partir daí, ele colaborou com quase toda a imprensa espírita do país, promoveu
congressos, ajudou a divulgar as obras de Allan Kardec e Léon Denis, presidiu o
Instituto de Cultura Espírita do Brasil e foi congratulado com o título de
presidente de honra da Associação Brasileira de Jornalistas e
Escritores Espíritas. Deolindo Amorim desencarnou no Rio de Janeiro, em
24 de abril de 1984 e é festejado como um dos mais conceituados ativistas
espíritas brasileiros.
O fato de tão ilustre personalidade ter
buscado um modesto centro espírita de Santa Fé do Sul, para transmitir sua
mensagem, fez-me lembrar de uma comunicação da poetisa Cora Coralina, no mesmo
local e por meio também de Dulcemar. Ela disse: -“Quando estamos encarnados,
muitas vezes temos por hábito ficar olhando o céu para procurar as estrelas
mais brilhantes. Quando passamos para o lado de cá, ficamos ‘campeando o
horizonte’ à procura da luz mais brilhante e, para lá nos dirigimos em busca da
oportunidade de nos manifestarmos”.
As informações de Dona Cora Coralina
são confirmadas no livro Mensagens de Além-Túmulo, que foram
transmitidas na cidade de Santos, pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo, através
do médium José dos Santos Júnior.
Em 2 de julho de 1943, constam do texto
sob o título ‘Bem sabeis que nossa missão é de responsabilidade’, as
seguintes palavras: “Nossa missão é de responsabilidade e depende, muito
principalmente, da aura formada pelos vossos pensamentos. Uma mesa de caridade
com mentalidades firmes produz um foco de luz tão intenso, um verdadeiro farol,
rico de luzes maravilhosas, que é visto dos mais distantes pontos do
espaço”.
Diante dessas confirmações, fiquei
imaginando o Espírito Deolindo Amorim “campeando o horizonte”, para poder
trabalhar. Ao ser atraído por um brilhante facho de luz em Santa Fé
do Sul, para lá se dirigiu e como explicou Eurípedes nas Mensagens de
Além-Túmulo, “bem e facilmente conseguiu desempenhar sua tarefa”.
E isso foi possível, graças à abençoada
mediunidade de Dulcemar, auxiliada pelos companheiros da Casa
Beneficente André Luiz que, naquela noite, por certo,
dirigiram-se para a reunião com alegria, com o coração leve, a mente tranquila
e uma forte vibração de pensamento voltado para o bem de todos. Ao se reunirem
na mesa de caridade, para desenvolverem o trabalho cristão, eles deram origem
a...
Um lindo e colorido farol visto dos
mais distantes pontos do espaço.
*Laurete Godoy é pesquisadora
e escritora, autora do livro “EURÍPEDES BARSANULFO – Maravilhosos
Encontros” – Cárita Editora.