Logo
Logo

ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA ESPÍRITA

GABRIEL DELANNE

François Marie Gabriel Delanne nasceu em Paris, no dia 23/3/1857, ano de lançamento de "O Livro dos Espíritos". Seu pai, Alexandre Delanne, muito amigo de Allan Kardec, era espírita e sua mãe, Marie Alexandrine Didelot, era médium e contribuiu na codificação do Espiritismo. Gabriel foi engenheiro e dedicou-se ao Espiritismo Científico, tendo buscado sua consolidação como uma Ciência estabelecida e complementar às demais. Fundou a União Espírita Francesa, a revista "O Espiritismo", além de ter publicado vários livros. Desencarnou no dia 15/2/1926, aos 69 anos.

Semana 150


Chico Xavier e os candidatos a presidente


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo


De resto, meu caro, dia a dia vejo com mais clareza quão estúpido é o ato de julgar os outros pelas nossas próprias faculdades.

Goethe (1749-1832, escritor alemão)


Circulam nas redes sociais comentários e frases atribuídos ao médium Chico Xavier e aos espíritos benfeitores que utilizavam de sua mediunidade, dizendo coisas que o Chico nunca escreveu nem deixou autorização para se dizer em seu nome.

Tudo o que ele tinha para dizer está nas declarações em entrevistas ou depoimentos e nos livros.

Não dá para acreditar que um espírito espírita desprendido de tudo como era Chico Xavier, que não tinha poupança, não tinha carro, iria ter medo de receber um candidato ao governo, ele que enfrentou tantas dificuldades desde a infância. O médium que dizia que era um cisco (de Francisco), “estaria apavorado”. Me perdoe. Não dá para acreditar numa coisa dessa.

Acredito que Chico nunca recusaria receber uma pessoa, por indigna que fosse. Ele esteve em presídios por diversas vezes e dizia que a única diferença dele com os presos é que ele não tinha sido descoberto em seus erros e crimes e aqueles que estavam ali já tinham sido identificados pela justiça.

Diante de tudo que ele fez de bem pelo próximo e pela doutrina espírita, é lamentável, depois de 20 anos de sua desencarnação, começarem a surgir fatos mirabolantes e distantes de sua personalidade humilde e pacata, acolhedora de todas as pessoas que o buscavam.

Diante de suas ideias e do respeito às obras de Allan Kardec, dizer que ele não atenderia alguém não condiz com suas atitudes reais em vida.

Além disso, como não há prova material, não devem circular essas notícias, em respeito à memória do médium, que para muitos é exemplo de amor e bondade, em sua dedicação de atender a todos que o procuravam em busca de uma palavra de conforto nessa hora ainda tão difícil, que é a partida de um ente querido; em respeito também à sua dedicação para expandir a mensagem consoladora do Espiritismo no Brasil.

Parece-nos ser oportunismo para conquistar seguidores e fama, defendendo e colocando na boca do médium aquilo que não está escrito.

Se foi algo confidencial, motivo a mais para ser guardado e não divulgada sua preferência eleitoral no passado. Esses que se dizem antigos convivas do médium estão se aproveitando de sua ausência física na Terra para transformarem seu perfil em um partidário comum do mundo, quando sua bandeira sempre foi Jesus e o Espiritismo.

Vimos também alguns espíritas fazendo comentários desairosos em relação ao médium Divaldo Pereira, que recebeu na Mansão do Caminho determinado candidato. Ora bolas, como pessoa destacada que, aos 95 anos, continua na luta em prol do próximo e da divulgação da Doutrina Espírita, pelo enorme trabalho social que realiza, que ele possa receber quem desejar, e também ter sua opinião sobre assuntos da sociedade, do cotidiano e da família.

“Examine sempre as sugestões verbais que o cercam no caminho diário. Trouxeram-lhe denúncias, más notícias, futilidades, relatórios malsãos da vida alheia? Observe como você vai agir diante disso. Em todas as ocasiões, há recurso para retificar-se amorosamente” (1).


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Editora EME


1) Emmanuel (Chico Xavier) – Pão nosso – FEB.