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ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA ESPÍRITA

GABRIEL DELANNE

François Marie Gabriel Delanne nasceu em Paris, no dia 23/3/1857, ano de lançamento de "O Livro dos Espíritos". Seu pai, Alexandre Delanne, muito amigo de Allan Kardec, era espírita e sua mãe, Marie Alexandrine Didelot, era médium e contribuiu na codificação do Espiritismo. Gabriel foi engenheiro e dedicou-se ao Espiritismo Científico, tendo buscado sua consolidação como uma Ciência estabelecida e complementar às demais. Fundou a União Espírita Francesa, a revista "O Espiritismo", além de ter publicado vários livros. Desencarnou no dia 15/2/1926, aos 69 anos.

Semana 171


A Emancipação Social da Mulher


Martha Triandafelides Capelotto



Hoje eu quero abordar um pouco sobre o papel da mulher na sociedade, trazendo algumas ideias que encontrei na literatura espírita. Claro que esse assunto tão complexo não será minimamente explorado neste espaço, mas, a ideia sobre a relevância do papel da mulher na sociedade, é digno de registro.

Um dos fenômenos mais evidentes nestes últimos anos, no âmbito dos estudos universitários, é o crescente interesse pelas pesquisas no mundo feminino. Tais pesquisas se multiplicam, empenhadas, sobretudo, em descobrir, por um lado, o que as mulheres de ontem pensavam e diziam delas próprias, contrariando o que a sociedade dizia ou lhe exigia. E, por outro lado, o que as mulheres de hoje, por intermédio da escrita literária, revelam acerca do processo de autoconscientização de sua condição feminina, num mundo em acelerada mutação.

Qual a razão de ter sido escolhido o dia 08 de março como o Dia Internacional da Mulher?

Nessa data, no ano de1857, em Nova Iorque, durante um incêndio em uma fábrica de tecidos, 129 operárias morreram sufocadas porque as saídas de emergência estavam bloqueadas do lado de fora. Com isso, houve uma manifestação organizada de centenas de operárias que reivindicavam o direito à licença-maternidade, a redução da jornada de trabalho e salários iguais aos dos homens. E foi assim, que em 1911, a UNESCO instituiu essa data para lembrar a referida manifestação e ficou como dia-símbolo da emancipação da mulher.

A partir de então, a mulher não parou mais de reivindicar e, em algumas situações, afrontar, o pensamento machista e cruel da sociedade. Temos inúmeros nomes que deixaram a sua contribuição para a gradativa conquista de direitos e garantias constitucionais, não só no Brasil como em outras partes do mundo. 

Um exemplo de mulher batalhadora foi Anita Garibaldi, uma das poucas mulheres brasileiras que, antes do sec. XX participou, de forma ativa, de episódios políticos e militares da História do Brasil.

Logicamente, teríamos muito assunto para apontarmos todas as façanhas que ocorreram e que ainda estão ocorrendo pelo mundo, com o fim de marcar o verdadeiro e digno papel da mulher na sociedade. 

Assim, vamos pensar juntos sobre o feminismo enobrecedor.

Ermance Dufaux diz-nos no livro “Unidos pelo Amor” que: o processo de emancipação social da mulher atende a imperativos da Lei de progresso e de liberdade que não poderiam mais ser postergados (adiados) na Terra.

Durante séculos a mulher manteve-se presa nas experiências do lar. Ainda que sob desleal discriminação, com seu potencial maternal, função somente a ela atribuída pelas leis naturais, conseguiu resguardar o afeto na família, evitando que a educação e a ordem desaparecessem, definitivamente, da sociedade.

Nos tempos atuais, não são poucos aqueles que têm pregado que a mulher não deveria ter saído do lar, que ela deveria ter se mantido no seu papel de mantenedora e zeladora das lidas domésticas. No entanto, o problema não está em sair ou não, mas, como ela sai de seu lar, quais propósitos almejam no contato com a “selva de pedra” das organizações materiais.

É importante salientar que hoje, por necessidades coletivas de promoção da escola terrena e novos e mais elevados paradigmas, a mulher é convocada a “sair” do lar, semeando, em sua peregrinação nos mais diversos segmentos sociais, os germens morais com os quais a humanidade encontrará reflexões para renovar os injustificáveis rótulos, a ela designados no carreiro do tempo, fator esse que vem celeremente sendo alcançado.

Emancipar-se faz parte da lei do Progresso e se isso não for bem entendido pela mulher, o que vai e já está ocorrendo é que ela sai dos extremos da velha escravatura para arrojar-se a novas prisões, nos terrenos da desmoralização socialmente aceitável.

Nessa hora grave em que repousam sublimes expectativas sobre a participação feminina na melhoria das condições dos relacionamentos humanos, nota-se, em muitos casos, seu descuido infeliz ao se deixar levar nos deslizes da fama, da sedução, do esnobismo, da vaidade, da tirania da aparência, da exploração corporal e do revanchismo cultural, incendiando paixões ardentes, provocando complexos de inferioridade, atiçando a inveja, inclusive em outras pessoas da mesma morfologia corporal.

A mulher atual tem, realmente, importante papel no mundo, que é a dignificação das relações humanas pelo sentimento superior do autêntico amor.

Infelizmente, observamos mulheres que se encontram distraídas para as noções elevadas que deveriam aplicar na sua convivência social, atendendo aos ditames das diretrizes espirituais que já angariaram. 

Assim, todas as mulheres devem estar bem atentas ao papel que estão desempenhando no mundo, pois, dependente do lado que pender, poderá ser uma grande colaboração na obra de reconstrução da nossa humanidade, como também, sucumbir pelos caminhos da ilusão, o que nos levaria facilmente aos mais difíceis processos obsessivos, causando dores que somente os séculos poderão nos libertar.

Desse modo, saibamos todas nós, mulheres, dignificar nosso papel na sociedade, que deverá ser, ao lado das realizações pessoais em todos os campos do saber, a disseminação do amor sedimentado pelos evos do tempo, nas lutas vividas de todos os dias.