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ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA ESPÍRITA

GABRIEL DELANNE

François Marie Gabriel Delanne nasceu em Paris, no dia 23/3/1857, ano de lançamento de "O Livro dos Espíritos". Seu pai, Alexandre Delanne, muito amigo de Allan Kardec, era espírita e sua mãe, Marie Alexandrine Didelot, era médium e contribuiu na codificação do Espiritismo. Gabriel foi engenheiro e dedicou-se ao Espiritismo Científico, tendo buscado sua consolidação como uma Ciência estabelecida e complementar às demais. Fundou a União Espírita Francesa, a revista "O Espiritismo", além de ter publicado vários livros. Desencarnou no dia 15/2/1926, aos 69 anos.

Semana 182


Dez homens que aceitaram uma morte escolhida


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo



O mas e os discípulos...

– Não descreio da bondade de Jesus, mas não tenho forças para o trabalho cristão.

– Sei que o caminho permanece em Jesus, mas o mundo não me permite segui-lo.

Emmanuel (Chico Xavier) – Pão Nosso – FEB


Certo dia, um jovem Galileu compareceu com seus discípulos e sua mãe a uma festa chamada de Bodas de Caná, que era uma pequena vila da Galileia; esta localidade cresceu muito nos últimos anos, sobretudo pela paz que reina na cidade entre cristãos e muçulmanos. Possui cerca de 8.000 habitantes, dos quais 2.000 são cristãos. É uma das maiores cidades cristãs da Terra Santa. A cidade também é pátria dos profetas Jonas e Natanael.

Esse jovem que mencionamos era diferente da multidão de outros jovens. Ele ouvia e atendia os pedidos de sua mãe, Maria de Nazaré. 

E nessas bodas (cerimônia de casamento de amigos/parentes) transformou a água em vinho. A manifestação de seu poder sobre a matéria é catalogada como de efeitos físicos – um fato não muito comum, e que acontecia também com Chico Xavier quando as pessoas levavam água para ser fluidificada pelo médium e ocorria a alteração do sabor e aroma.

Esse é o primeiro fato extraordinário produzido pelo jovem de Nazaré, que devia acontecer com frequência em sua casa, ao lado de Maria, porque foi ela quem solicitou que ele fizesse alguma coisa, em virtude de ter acabado o vinho no casamento; a partir daquele momento, outros sinais foram feitos, demonstrando o poder que Jesus emanava, em nome de Deus.

Caná constitui o início dos sinais (João 2,11), ou seja, a manifestação em público da sua capacidade moral e espiritual, suscitando a fé e a coragem dos discípulos na mensagem que ele trazia, visto que não existiu ninguém que pudesse amar do jeito que ele amou, com a forma humilde de conversar e a força de suas palavras, que tocavam o coração de quem o escutasse. 

Importante lembrar que ele se utilizava apenas da oração e do magnetismo divino, de que se fazia intérprete no socorro aos doentes, mesmo que através de simples toque em suas vestes.

A existência curta de Jesus (viveu apenas 33 anos) foi uma epopeia de luz. Tais ensinamentos jamais foram vistos em toda a história humana. A sua presença permitiu a redenção espiritual dos homens no decorrer dos séculos e continua sendo o referencial de luz para a humanidade. Seus ensinamentos são a maior oportunidade do espírito imortal, esse viajor do tempo e do espaço, conhecer a verdade, as bem-aventuranças, que são a maior canção que a humanidade pôde ouvir saindo dos seus lábios. 

Jesus anunciou que todos conheceremos a verdade para que a verdade nos faça livres e responsáveis para seguirmos o caminho redentor. 

Diz Emmanuel que, “depois de crucificado, seus continuadores legítimos por muito tempo foram perseguidos, humilhados, espancados, martirizados e ridicularizados, apodrecendo nos cárceres, algemados a ferros, supliciados em gabinete de tortura, passados a fio de espada ou cedidos à sanha de feras sanguinárias nos espetáculos públicos”.

De seus seguidores iniciais, de seus 12 discípulos, um se suicidou, Judas; o evangelista João cuidou da sua mãe, Maria, e morreu velho de morte natural, em Éfeso, no ano 103 d.C., quando tinha 94 anos; os demais 10 foram perseguidos e assassinados em virtude da fé e confiança que devotaram nos ensinos vivenciados com o Mestre, que, retornando do túmulo, deu provas da imortalidade e, diante do descrente apóstolo Tomé, retornou materializado, reforçando a esperança na vida futura. Disse Jesus a Tomé: “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:29).


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo, diretor da Gráfica EME, em Capivari.