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ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA ESPÍRITA

GABRIEL DELANNE

François Marie Gabriel Delanne nasceu em Paris, no dia 23/3/1857, ano de lançamento de "O Livro dos Espíritos". Seu pai, Alexandre Delanne, muito amigo de Allan Kardec, era espírita e sua mãe, Marie Alexandrine Didelot, era médium e contribuiu na codificação do Espiritismo. Gabriel foi engenheiro e dedicou-se ao Espiritismo Científico, tendo buscado sua consolidação como uma Ciência estabelecida e complementar às demais. Fundou a União Espírita Francesa, a revista "O Espiritismo", além de ter publicado vários livros. Desencarnou no dia 15/2/1926, aos 69 anos.

Reflexões sobre a Vida do Espírito

Autor: Edson Ramos de Siqueira

Semanalmente publicaremos um trecho desse artigo, visando contribuir com o nosso processo reflexivo espiritual.



Semana 1

Prezados amigos: não esperemos que 2019 seja melhor que 2018; mas, trabalhemos incansavelmente para sermos melhores a cada dia!
Semanalmente, em princípio, publicarei um pequeno texto para embasar reflexões a respeito de nossa existência. 
Uma das características principais dos seres humanos é vivermos mergulhados no Oceano das Ilusões, em cujas águas, escuras e gélidas, o TER sobrepõe-se ao SER. A priorização das questões materiais às espirituais, alimenta os sentimentos egóicos, certamente capitaneados pelo egoísmo e pela vaidade. 
Quando Jesus disse: "vós sois Deuses", Ele nos ensinou que cada Espírito é uma Centelha Divina, cujo destino é a perfeição. Então, por que temos tanta dificuldade em debelar o mal de nossos corações? 
Por desconhecermos as verdades da Vida Espiritual, e a nós próprios. 
"Conhece-te a ti mesmo" (aforismo grego atribuído a Tales de Mileto). 
Como exercício para a mente, passarei quatro questões (aparentemente simples), sobre as quais deveremos refletir ao longo do tempo: 
Quem somos nós?
De onde viemos? 
O que fazemos aqui, na crosta terrena? 
Para onde iremos? 
As respostas a essas perguntas facilitarão: a substituição do egoísmo pelo altruísmo, da vaidade pela humildade, o perdão, a eliminação das mágoas, o respeito ao próximo, a caridade, a mitigação dos conflitos de todas as naturezas, o preenchimento do vazio existencial.....
Ótima semana a todos!


Semana 2

As duas últimas palavras do texto número 1 foram: “…..vazio existencial”. Ressalto que, se não conseguirmos respostas às quatro questões apresentadas na semana passada, será praticamente impossível o preenchimento do vazio; causa precípua de todos os males sentimentais e emocionais.

Como frear o crescimento impressionante da incidência de depressão, por exemplo, que acomete 400 milhões de seres humanos; bem como de outros transtornos da mente? A OMS prevê, que até 2020, será a enfermidade mais incapacitante no mundo.

Precisamos nos localizar no Universo infinito, encontrar nossa identidade eterna e, espiritualmente lúcidos, iniciar um longo processo de autoanálise e, de posse do diagnóstico, começar a árdua jornada da reforma íntima.

Quando encontrarmos as respostas às quatro perguntas iniciais, tudo será mais fácil. A reforma interior poderá ser feita em paz, objetivamente; teremos despertado a consciência. Quando isso acontece, é possível ser feliz, mesmo que ainda imperfeitos, pois conheceremos a dinâmica do processo evolutivo e nos esforçaremos para superarmos, gradativamente, o mal de nossos corações.

Todas as informações que necessitamos ao processo de transformação estão em nosso interior. Basta que sejamos estimulados a buscar as verdades.

Para encerrar essa 2ª publicação, algumas frases de pensadores conhecidos, que nos auxiliarão a reflexão.

“Nada pode ser ensinado a um homem; você pode apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo” (Galileu Galilei).

“A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original” (Albert Einstein).

“A causa real da maioria de nossos grandes problemas está entre a ignorância e a negligência” (Goethe).

“Nós, geralmente, descobrimos o que fazer, percebendo aquilo que não devemos fazer. E, provavelmente, aquele que nunca cometeu um erro, nunca fez uma descoberta” (Samuel Smiles).



Semana 3

O filósofo grego Platão elaborou uma metáfora bastante didática, denominada “O Mito da Caverna”, que ajuda bastante a refletir sobre o nosso atual estágio de evolução espiritual.

A seguir, um simples resumo dela: “Seres humanos que, acorrentados no interior de uma caverna desde sua infância, apenas podem contemplar as sombras que são projetadas na parede, tendo como realidade somente aquela visão.

Entretanto, um deles consegue se libertar, seguindo o caminho que leva para fora da caverna.

Contempla, então, a realidade, as ideias puras.

Retorna para o interior da caverna, a fim de mostrar aos outros que as sombras não são tudo o que existe.

No entanto, os demais, acostumados às sombras, e acreditando que elas são toda a realidade, não dão ouvidos a ele.

Mais do que isso: acabam por maltratá-lo”.

Vamos transpor, como exemplo, essa metáfora à realidade?

Jesus adentrou a escuridão de nossos corações e mentes e nos chamou à luz das verdades da Vida Espiritual. Imaginemos Ele nos chamando: -Venham, vos ensinarei o Segredo Universal da Felicidade: o Amor. E não Lhe demos ouvidos; mais do que isso, O condenamos à cruz!

A filósofa Simone Nardi, assim comentou o “mito da caverna”:

“Essa metáfora demonstra a condição humana perante o mundo, em termos de conhecimento, ética, política e desejo de vencer a nossa própria ignorância; a fuga do senso comum para uma visão mais organizada, lógica e verdadeira do Universo que nos cerca…

Não vemos nada além daquilo que nos obrigaram a ver, não repetimos nada além daquilo que nos ensinaram a repetir, não mudamos nada em nós porque não desejamos ser como o prisioneiro que fugiu da caverna e que foi desacreditado.

Queremos ser iguais, acreditar no que todos acreditam, viver como todos vivem.

É muito difícil nos libertarmos da corrente que nos mantem no interior da caverna, representada pelo comodismo e pela alienação, que prendem a mente e a vontade de conhecer a realidade”.

Pois bem, meus queridos amigos. Tentemos dar o primeiro passo para sair da caverna: trabalhemos, persistentemente, para despertar a consciência e aumentar a velocidade da evolução espiritual!

Reflitamos, com muita serenidade.


Semana 4

Libertar-se da corrente que nos mantem no interior da caverna significa ter coragem para nadar contra a correnteza da mesmice, da inércia espiritual, da alienação normótica.

Normose, a patologia da normalidade, ou seja, aquilo que a grande maioria da população entende como normal, mas que é tremendamente pernicioso sob a ótica da evolução espiritual. Invistamos persistentemente na cura dessa patologia comportamental e alcemos o voo ao espaço da liberdade, da paz interior, da felicidade real, da Verdade Maior.

“A verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho, e de mentira aquilo que o exclui” (Nietzsche). Esse pensamento do conhecido filósofo alemão é bastante elucidativo, levando a crer que a imaturidade espiritual da Humanidade a distancia dos valores morais, como dignidade, honra, amor próprio.

“Após tantos séculos de escuridão, a grande maioria das pessoas ainda sente medo de mudar.

Elas sentem medo do novo e optam por ignorar a palavra daquele que presenciou a realidade, preferindo enxergar somente o que existe nas sombras de suas paredes mentais” (Simone Nardi).

Encerro essa reflexão com um maravilhoso pensamento do Educador, Teólogo e Escritor Rubem Alves, que certamente nos remeterá a um profundo exercício mental:

“Somos assim.

Sonhamos o voo, mas tememos as alturas.

Para voar, é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece.

O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas.

Mas, é isto que tememos: o não ter certezas.

Por isso, trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram”.

Ótima atividade de autoanálise e preparação para a aceleração da reforma íntima.


Semana 5

Há muitíssimo tempo a Humanidade tem acesso aos princípios morais que norteiam nossas transformações, ensinados, ao longo da História, por uma plêiade de Mestres Superiores.

Está na hora de nos conscientizarmos e assumirmos o leme de nossa vida espiritual. Superemos o egoísmo, o egocentrismo, a vaidade e busquemos ser mais altruístas, verdadeiramente caridosos, em todas as nuances contidas na palavra caridade. O mal não existe; o que existe é a ausência do bem, já dizia Albert Einstein. É inconcebível pensarmos  que Deus o tenha criado. Portanto, se o mal é a ausência do bem, preenchamos nosso abismo existencial com amor, e, desta forma, o mal será gradativamente extinto.

Precisamos curar a normose e sair da mesmice. A prioridade de nossa existência é EVOLUIR ESPIRITUALMENTE. Transcrevo a seguir, um texto do escritor Fernando Sepe, que descreveu com profunda realidade a questão da evolução do Espírito.

“O desenvolvimento da linha espiritual é acompanhado por maior desenvolvimento da compaixão e da noção de moralidade.

A espiritualidade é de fundamental importância e seu desenvolvimento pode promover impactos profundos no ser.

É preciso descongelar a linha da inteligência espiritual da Humanidade e dar os primeiros passos em direção a uma espiritualidade que está além da religião e da religiosidade, que pode e deve ser desenvolvida explorando todos os recursos que temos hoje, integrada com outras áreas do saber e atuar do homem, como a arte, a ciência e a moralidade.

Uma espiritualidade que não renegue o material, mas que o funda com o espiritual.

Uma espiritualidade não religiosa, nem anti-religiosa, mas trans-religiosa, aproveitando o que de melhor existe em cada tradição, respeitando os limites e diferenças de cada uma.

Uma espiritualidade de aprofundamento do Espírito e ampliação dos horizontes.

Uma espiritualidade ainda não construída, que não será dada por iniciação ou mestre, nem mesmo por uma escritura sagrada, mas sim pela busca interna do ser humano em se transformar e, consequentemente, transformar o mundo”.



Semana 6

Bom dia queridos irmãos: na semana 4 a palavra normose foi citada em nosso texto. Por ser um termo relativamente novo, porém, muito importante e elucidativo à compreensão do comportamento humano, hoje faremos algumas considerações sobre ele.

O conceito de normose foi desenvolvido pelos estudiosos: Pierre Weil – doutor em psicologia pela Universidade de Paris, Roberto Crema – psicólogo e antropólogo do Colégio Internacional de Terapeutas e Jean-Yves Leloup – doutor em psicologia, filosofia e teologia.

“Normose é o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou de agir, aprovados por um consenso ou pela maioria das pessoas de uma determinada sociedade, que levam a sofrimentos, doenças e mortes” (Pierre Weil).

“Tudo indica, esta é a nossa hipótese, que o conceito de normose, com seu aprofundamento e desenvolvimento, provoca um importante questionamento a respeito do que se considera normalidade.

A tomada de consciência desta realidade poderá facilitar uma profunda mudança na visão e consideração de certas opiniões, hábitos e atitudes comportamentais, considerados normais e naturais pelas mentes mais desatentas e adormecidas” (Pierre Weil).

Tendo estudado as doutrinas orientais, Weil se aprofundou no conceito de maia (ilusão em sânscrito), tendo constatado que a maneira de enxergar a vida e a matéria que nos envolve é uma fantasia, que ele denominou de fantasia da separatividade.

“Quando criamos a Universidade Holística, ao fazer o estudo da gênese da destruição da vida no planeta, descobrimos que a sua raiz está em que consideramos a ilusão como normal. É um conceito provido de consenso social, que pode levar ao suicídio da humanidade. A isso se acrescentou, então, a noção de consenso: uma crença partilhada por uma maioria.

Então, surgiu a ideia de que a normalidade pode ser patológica e patogênica.

O que é normal, afinal? A criação do conceito de normose nos força a buscar definir o que não o é.

Pouco a pouco me dei conta, entretanto, que esse é um conceito fundamental em psicologia, sociologia, antropologia, educação e nas demais disciplinas e áreas de atuação humanas.

Mais ainda: evidencia um processo psicossociológico que ameaça a humanidade e as outras espécies vivas na Terra. Uma verdadeira fonte de sofrimentos e tragédias.

A normose tem caráter inconsciente, e utilizamos o termo “espírito de rebanho”; ou seja, grande parte da população, por comodismo ou preguiça, segue o exemplo da maioria. Quem pertence à minoria sente-se vulnerável, exposto à crítica. Em vista disto, adere-se a uma ideologia, religião, partido político ou a qualquer hábito, porque está na moda. A normose é uma forma de alienação” (Pierre Weil).

Aí está nosso grande desafio evolutivo: libertarmo-nos da alienação, angariarmos coragem para seguirmos a própria consciência, nos aprofundarmos nos conhecimentos relativos à moral e à ética, bem como à compreensão das leis que regem a natureza espiritual no Universo.

Reflitamos, num ambiente de paz interior e serenidade. Busquemos sempre a verdade consoladora. Estejamos prontos à mudança de paradigmas e iniciemos uma faxina na mente, eliminando preconceitos, conceitos ultrapassados e todo o lixo decorrente do processo de lavagem cerebral a que sempre fomos submetidos. Para evoluir espiritualmente, é preciso muita coragem! Fé na missão!

 



Semana 7

Na semana passada (6) abordamos, resumidamente, o conceito de normose, termo fundamental para que compreendamos o porquê da dificuldade de sedimentarem-se os valores morais e espirituais no âmago da civilização humana. Tendemos sempre seguir a “onda”, ou seja, a maioria, não importa para onde esteja nos levando. Repito: a cura da normose exige muita coragem?

Analisemos mais alguns aspectos dessa “enfermidade espiritual”.

Em sua obra: “Normose, a Patologia da Normalidade”, Pierre Weil descreveu um exemplo. “Nas religiões o normótico é, muitas vezes, um excelente praticante de rituais e leis, mas permanece cego e não sabe o que faz...Tomar consciência da normose e de suas causas constitui a verdadeira terapia para a crise contemporânea. Trata-se do encontro com a liberdade. Quando aprendemos a escutar a voz interior, da verdadeira sabedoria, tornamo-nos livres”.

“Da mesma forma que a neurose e a psicose, a normose representa sofrimento, nos impedindo de sermos o que realmente somos. Um dos sintomas da normose é quando o consenso e a conformidade impedem a orientação do desejo no interior de nós mesmos. É a estagnação do desejo, aquilo que impede o fluxo evolutivo. Quando somos chamados a despertar do nosso sono, existe alguma coisa em nosso interior que resiste. Esta força é o que chamamos normose” (Jean-Yves Leloup).

“A normose surge quando o sistema se encontra dominantemente desequilibrado e mórbido. Então, ser normal passa a ser ajustar-se à patologia reinante, mantendo, assim, o status quo. Neste contexto, a pessoa realmente saudável é a dotada da capacidade de um desajustamento justo, de uma indignação lúcida, de um desespero sóbrio” (Roberto Crema).

“Cada vez mais intenso se observa o esforço do mundo espiritual para o despertamento dos encarnados, enquanto boa parte da humanidade prefere a hipnose alienante” (Lucius/ André Luiz Ruiz).

Sabemos que a Humanidade está em importante fase de transição espiritual.

Qual é a nossa escolha? Galgarmos os degraus da escada evolutiva, ou permanecermos estagnados, normóticos, envoltos pelo manto das ilusões?

Adquirirmos a lucidez espiritual, ou permanecermos sujeitos à lavagem cerebral alienante?

Temos total liberdade de escolha; afinal, o livre-arbítrio é uma Lei Divina e Leis Divinas são indiscutíveis, imutáveis e não sujeitas às exceções!

Paz, luz e serenidade a todos os queridos amigos!


Semana 8

A morosidade de nossa evolução espiritual, decorrente da dificuldade que temos em eliminar as imperfeições morais, é uma realidade.

Para que alteremos esse quadro maléfico, precisamos nos aprofundar nos conhecimentos espirituais, usufruindo de toda a instrumentação pedagógica disponibilizada pela Espiritualidade Superior, desde o princípio da história da Humanidade. Ou seja, sempre tivemos, no seio da civilização humana, Mestres encarregados de, gradativamente, nos ensinar a amar; essência do crescimento espiritual.

Na introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, publicado em 1863, em Paris, Allan Kardec trata, no item IV, do papel dos filósofos gregos na edificação do Cristianismo. Transcreverei um trecho bastante elucidativo, que nos leva a pensar: por que demoramos tanto para despertar?

“….As grandes ideias não aparecem nunca de súbito. As que tem a verdade por base contam sempre com precursores, que lhes preparam parcialmente o caminho. Depois, quando o tempo é chegado, Deus envia um homem com a missão de resumir, coordenar e completar os elementos esparsos, com ele formando um corpo de doutrina. Dessa maneira, não tendo surgido bruscamente, a doutrina encontra, ao aparecer, espíritos inteiramente preparados para a aceitar. Assim aconteceu com as ideias cristãs, que foram pressentidas muitos séculos antes de Jesus e dos Essênios, e das quais foram Sócrates e Platão os principais precursores.

Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou pelo menos nada deixou escrito. Como ele, morreu a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças tradicionais e colocado a verdadeira virtude acima da hipocrisia e da ilusão dos formalismos, ou seja: por haver combatido os preconceitos religiosos. Assim como Jesus foi acusado pelos Fariseus de corromper o povo com os seus ensinos, ele também foi acusado pelos Fariseus do seu tempo…., de corromper a juventude, ao proclamar o dogma da unicidade de Deus, da imortalidade da alma e da existência da vida futura. Da mesma maneira porque hoje não conhecemos a doutrina de Jesus senão pelos escritos dos seus discípulos, também não conhecemos a de Sócrates, senão pelos escritos de seu discípulo Platão….”.


Semana 9

Conforme prometido na semana passada, transcreverei o texto do filósofo grego Aristóteles (discípulo de  Platão), intitulado “Revolução da Alma”, escrito no ano 360 antes de Cristo. Observem como as questões por ele abordadas são atuais. Por que? Pensemos!

Vamos ao texto:

“Ninguém é dono de sua felicidade, por isso: não entregue sua alegria, sua paz e sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém!

Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, das vontades ou dos sonhos de quem quer que seja.

A razão da sua vida é você mesmo.

A sua paz interior é a sua meta de vida.

Quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remeta seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você.

Pare de colocar sua felicidade cada dia mais distante de você. Não coloque objetivos longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje.

Se anda desesperado por problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares, busque em seu interior a resposta para acalmar-se.

Você é reflexo do que pensa diariamente.

Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então, abra um sorriso para aprovar o mundo que quer oferecer a você o melhor.

Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está “pronto” para ser feliz.

Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços. Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.

Critique menos, trabalhe mais.

E, não se esqueça nunca de agradecer.

Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento, inclusive a dor. Nossa compreensão do Universo ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida.

A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.

Se você anda repetindo muito: “eu preciso tanto de você”, ou, “você é a razão da minha vida” – cuide-se.

Egoísmo não é amor a si mesmo, mas sim, uma desvairada paixão por nós próprios.

O homem sábio não busca o prazer, mas a libertação das preocupações e sofrimentos.

Ser feliz é ser auto suficiente... Seja senhor de sua vontade e escravo da sua consciência”.

Leiamos e releiamos cada frase, com muita calma e atenção. Certamente, veremos que contêm subsídios fundamentais para nossa reforma íntima.

Abraço fraterno a todos! Ótima semana!


Semana 10

Prezados amigos: da reflexão anterior quero destacar uma frase de Aristóteles: “A razão da sua vida é você mesmo”. É essencial que assumamos isso, ou estaremos perdendo preciosos momentos dessa existência. Quando despertamos a consciência para essa realidade, importantes questões colocam-se à frente: aceitar os desafios, obstáculos, problemas e dores; o que não é fácil, mas, necessário. Como base ao nosso estudo, transcrevo um texto de Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, cujo título é: “Aceitação”

“Aceitação “construtiva” será sempre, talvez mais da metade dos ingredientes de solução a qualquer dos problemas que, por ventura, te aflijam...

E dizemos “construtiva” porque não se trata de calma inoperante, mas sim de paciência, capaz de improvisar o bem e criar condições para que ele se faça cada vez mais amplo para quantos nos partilham a vida.

Reflitas nisso e não recuses as dificuldades e provas que não possas afastar ou remediar.

Antes de recolher-nos ao berço terrestre, na Vida Maior, escolhemos ou somos induzidos a escolher o tipo de experiências das quais temos necessidade para nos melhorarmos ou nos promovermos a planos mais elevados.

Diante disso, busca os recursos precisos à harmonização de tudo o que te interessa à paz e ao bom ânimo para o desempenho das tarefas que a vida te atribui, mas não te proponhas a destruir os meios de que careces para que sintas mais eficiente na construção geral.

Se trazes algum órgão doente, procura recursos para tratá-lo convenientemente, como se torna indispensável, mas, se a moléstia é irreversível, admite-a com paciência, nos domínios do próprio corpo, consciente de que ela terá função específica na preservação de tua paz.

Tenta recuperar determinados bens que perdeste, em virtude da invigilância de amigos nos quais confiaste; no entanto, se teus devedores estão insolvíveis, esquece os prejuízos sofridos e segue adiante.

Protege o próprio lar contra a perturbação e a desarmonia, mas, se a tua ação não surte efeito, aceita a casa em que vives por tua escola de regeneração e amor.

Educa o parente difícil como puderes, entretanto, se esse mesmo familiar prossegue difícil, abraça-o tal qual é, para que aprendas tolerância e humildade.

Rebeldia complica os melhores planos da vida. Revolta é atraso lastimável em qualquer organização.

Acolhe as tuas dificuldades quando não consigas extingui-las, sanando-as, pouco a pouco, sob o esforço de tua energia serena.

Não fujas à luta que a vida te propõe, na intimidade de ti mesmo e, atendendo ao trabalho do dia a dia, a fim de superá-la, conserva a certeza de que é pelas tuas próprias prestações de serviço ao bem comum que a benção da vitória te marcará”.

Que esse exercício nos propicie aceitar com um pouquinho mais de naturalidade as vicissitudes da vida e, ao longo do tempo, que aprendamos o significado de resignação.

Ótima semana!


Semana 11

Resignação: elemento essencial para aproveitarmos com mais eficácia a grandiosa oportunidade da reencarnação.

Uma das mais lastimáveis constatações do Espírito, após o término de um período reencarnatório, é o tempo perdido com tantas futilidades e conflitos, levando-o à conclusão que não priorizou a única razão do processo de permanência na carne: evoluir.

Resignar-se, ou seja, aceitar e enfrentar com muita fé, serenidade, segurança e esperança as dificuldades e dores que frequentemente nos assolam é fundamental para que aprendamos e superemos deficiências e imperfeições enraizadas na mente há muitíssimo tempo. Tempo esse, que transcende os limites de várias encarnações.

Normalmente, o ser humano se sente infeliz diante das vicissitudes da vida, mas, se despertasse a consciência, interpretaria a felicidade sob outro prisma.

Analisemos o pensamento de Erich Fromm: “A felicidade é a aceitação corajosa da vida.

Essa frase é extremamente profunda! Todavia, só pode ser compreendida por aqueles que entendem o que é a vida e quais os objetivos da pluralidade das existências e da reencarnação, que Allan Kardec nos ensinou tão bem.

É um grande desafio sentir-se feliz, enfrentando dores atrozes. Entretanto, comecemos a exercitar a aceitação a partir das pequenas coisas. Evolução é assim, lenta e gradativa. Muitas etapas devem ser transpostas, pacientemente e com muita força de vontade.

“Não existe nenhuma fórmula para o sucesso, exceto, talvez, pela aceitação incondicional da vida e do que ela traz” (Arthur Rubinstein).

Qual o verdadeiro sucesso? Concluir, ao desencarnarmos, que aproveitamos, com alto grau de eficácia, a maravilhosa oportunidade da reencarnação para galgarmos alguns degraus na longa escala evolutiva do Espírito. Mas, alto grau de eficácia da evolução espiritual em planetas de provas e expiações é raríssimo. Por que? Pelo desconhecimento de grande parte dos seres humanos a respeito das leis que regem o Universo sob a ótica espiritual. Pensemos nisso!



Semana 12

Seguindo a discussão do tema “Aceitação”, já abordado nas semanas 10 e 11, leiamos mais um pensamento a respeito:

A aceitação, muitas vezes, é como um remédio ruim de se tomar, mas quando tomamos, sabemos que vai sarar o mal em nós” (Belkis Braz).

Precisamos nos aprofundar nas reflexões sobre a DOR, de qualquer natureza. Enquanto não houver a conscientização de que ela é o principal elemento no processo de drenagem das energias negativas que armazenamos no períspirito ao longo de muitíssimas encarnações, realmente será difícil sairmos da mesmice, da estagnação espiritual. São estas energias as causadoras de todos os males que nos acometem, da grande maioria das doenças físicas e emocionais (90%, segundo Bezerra de Menezes).

Então, aprender a ACEITAR, com paciência, serenidade, resignação e fé raciocinada, todas as dificuldades que surgem em nosso caminho, representa acelerar a higienização perispiritual das impurezas magnéticas acumuladas ao longo de muitos séculos de armazenamento de mágoas, raiva, rancor, ódio e prática de atos totalmente contrários aos ensinamentos morais evangélicos. Mesmo que aprendamos a aceitar, a paciência é essencial, pois a drenagem é muito demorada; afinal por quanto tempo procedemos ao armazenamento desse agente causal magnético?

Não haveria uma maneira de acelerar mais ainda a eliminação desta nefasta energia? Sim: a prática da caridade, da forma mais intensa possível. “Fora da caridade não há salvação” (Allan Kardec), que significa que sem o exercício da caridade a evolução espiritual não acontece.

Grande abraço a todos os amigos! Ótima semana de trabalho, de convivência fraterna, de lazer, e de reflexões cada vez mais profundas a respeito das verdades que envolvem nossas vidas.


Semana 13

Continuamos a abordar o tema ACEITAÇÃO, por ser essencial ao bom aproveitamento da maravilhosa oportunidade do processo reencarnatório, já que é certo que nosso desempenho ainda é pífio. E isso acontece pela deficiência que temos em compreender o que é a Vida, e o seu porquê. Priorizamos o que não deveria ser priorizado e nos esquecemos da essência, que é a evolução espiritual; é sempre importante repetir. A seguir, mais um pensamento sobre a aceitação.

“A aceitação da dor é o primeiro passo para suportá-la, caso contrário, o pessimismo, a impaciência e a intolerância, poderão transformá-la num fardo além de suas forças” (Ivan Teoriland).

Ou seja, as dores, independentemente de seus efeitos e natureza, são difíceis de serem enfrentadas; pungentes, angustiantes. Entretanto, a não aceitação, faz com que sejam potencializadas, piorando significativamente a situação. Precisamos nos alertar em relação a isso e nos vigiarmos para não esmorecermos diante dos infortúnios, fato que levaria a um estado profundamente deprimente, que apenas contribuiria para o agravamento da dor.

“A aceitação é uma benção, que dissipa as inseguranças, extingue os medos e nos abastece de esperanças” (Angela G. A. Beirão).

As inseguranças e os medos dominam corações e mentes da grande maioria da Humanidade. Decorrem, basicamente, do fato de apenas aceitarmos o que julgamos melhor para nós; ou seja, aquilo que atende nossos sentimentos egóicos. Então, aceitar significa confiar nas Leis Naturais Superiores; ter convicção de que somos responsáveis por tudo aquilo que acontece em nossas vidas; que não existe o castigo Divino. Aceitar é estar munido da fé raciocinada, a fé que nos faz sair do mundo das ilusões, das fantasias, das crenças cegas. A consequência desse processo é a definitiva eliminação das inseguranças e dos medos; é abraçar a felicidade, outrora utópica, quando ainda embasada mais pelas questões materiais que espirituais.

Boa semana, ótimas reflexões! Grande abraço a todos os amigos!


Semana 14

Encerrando nossa análise sobre a ACEITAÇÃO das dificuldades que permeiam nossas vidas, apresento o pensamento de Brahma Kumaris:

“Aceitar que somos eternamente diferentes é o primeiro passo para construir a unidade. Harmonia entre iguais é tarefa fácil, entre opostos, um desafio. Opiniões diferentes podem criar discórdia ou enriquecer o produto final; depende da visão e do nível de altruísmo. Sustentar a unidade é apreciar o valor do conjunto e a singular contribuição de cada um, permanecendo leal, não apenas uns com os outros, mas também à meta estabelecida”.

Somos seres sociais, sentimos necessidade de viver em sociedade, mas, esse comportamento, inerente a todos os animais, representa um grande desafio. Uma sociedade qualquer (desde a família até uma Nação) é um conjunto de diferentes; portanto, o risco de conflito se faz sempre presente. 

Não existe no Universo nenhum espírito igual ao outro. As diferenças são essenciais para que aprendamos a conviver harmonicamente, através do exercício constante da compreensão, paciência, tolerância, compaixão, resignação…

Precisamos entender que somos espíritos em processo de evolução moral; logo, estamos muitíssimo distantes da perfeição. Então, se não sou perfeito, por que exijo que o próximo seja?

Em sã consciência, concordaremos que essa reação normal de todo ser humano não tem nexo. Quando interiorizarmos essa realidade, certamente iniciaremos uma fase de minimização gradativa dos conflitos. Serenamente, pensaremos um pouco melhor antes de agir ou reagir diante dos comportamentos inadequados dos companheiros de jornada.

Aos poucos, aprenderemos a ACEITAR o próximo como ele ESTÁ. Escrevi ESTÁ porque ninguém É causador de conflitos. Todos nós SOMOS AMOR PLENO, mas ainda ESTAMOS, por livre-arbítrio, envoltos pelos sentimentos egóicos.

O mal não existe; o mal é a ausência do bem. Procuremos nos aceitar e a aceitar nossos irmãos. Que nossas intervenções possam sempre ser balizadas por um processo educacional que contribua para a transformação espiritual daqueles que convivem conosco, com muito amor, mesmo que a recíproca não seja verdadeira.

Paz e Luz aos queridos Irmãos! Excelente semana!


Semana 15

Em nossas publicações de números 10 a 14, ressaltamos a fundamental importância da ACEITAÇÃO dos reveses que frequentemente cruzam nosso caminho. A partir de hoje, veremos como a aceitação pode contribuir com a gradativa redução da carga carmica, entendendo que o carma nada mais é do que o estoque de energia negativa que armazenamos no períspirito ao longo das incontáveis encarnações e que precisa, logicamente, ser drenado; pelo amor e/ou pela dor. A essa drenagem damos o nome de evolução espiritual.

A morte do corpo físico não elimina o negativismo que acumulamos desde os mais remotos tempos, porque ele apenas sofre as consequências dos graves erros que cometemos, mas, as informações estarão gravadas no corpo perispiritual, até que decidamos eliminá-las pelo instrumento do amor ao próximo e a nós mesmos.

Faremos então, sob esse prisma, uma análise da origem das doenças que nos acometem, iniciando por um pensamento do médico e físico alemão (desencarnado) Joseph Gleber:

“Qualquer estado de desarmonia interior abre campo para energias desequilibradas. A aura reflete intensamente os conteúdos emocionais, causando perda sensível de fluido vital”.

A falta de equilíbrio e harmonia interiores, em diferentes graus de intensidade, é uma constante na realidade cotidiana dos seres humanos. Cada pensamento, palavra ou obra, antagônicos ao amor, somam-se ao já imensurável estoque de energia negativa do períspirito.

Entendamos que somos espíritos imortais, originados simples e ignorantes, dotados de um períspirito também imortal, que se sutiliza à medida que evoluímos. Por isso, ele é capaz de absorver e manter as energias, boas ou ruins, que produzimos na mente ao longo do tempo infinito. Como estamos ainda numa fase bastante incipiente do processo evolutivo, geramos muito mais lixo mental do que energias de amor.

Esse lixo é então devidamente acondicionado no corpo astral (períspirito), repercutindo negativamente no Ser como um todo. Essa repercussão, quando considerado o corpo físico, se dá na forma de enfermidades.

O médico espiritual Bezerra de Menezes assegura que 90% das doenças que acometem a Humanidade são de origem espiritual. (Continua na próxima semana).

Excelente semana a todos!


Semana 16

Todo efeito tem uma causa. Quando a enfermidade se manifesta temos o efeito, sobre o qual se debruça a medicina e áreas correlatas, no sentido de debelar o mal. O avanço científico nas áreas da saúde tem propiciado elevada eficácia na recuperação dos enfermos.

Mas, considerando-se que a causa, na grande maioria dos casos, é espiritual, conforme afirmou Bezerra de Menezes, as enfermidades físicas e emocionais tendem a instalar-se novamente.

A criação da Associação Médico-Espírita, em 1995, congregando os profissionais da saúde também estudiosos do pilar científico do Espiritismo, propiciou um avanço no entendimento da influência espiritual na gênese das enfermidades físicas e emocionais.

Apresentarei a seguir, palavras do médico cirurgião Paulo Cesar Fructuoso, constantes de sua obra “A Face Oculta da Medicina”. Desde 1978 ele estuda os fenômenos mediúnicos, no Grupo Kardecista Lar de Frei Luiz, no Rio de Janeiro.

“Muitas doenças que acometem o ser humano teriam sua origem no períspirito. Seriam o resultado de condutas equivocadas, conscientemente praticadas em vidas pregressas e que, de algum modo, acabam por provocar desarranjos na delicada trama fluídica perispiritual, alcançando, por meio desta, o corpo físico.

Nesse raciocínio, o conjunto de genes responsáveis pela estruturação das proteínas que compõem nosso organismo, captaria essas informações desarmônicas incrustradas no períspirito, extravasando-as ao nosso corpo sob a forma de doenças genéticas congênitas ou adquiridas.

Essas enfermidades são determinadas pela produção de proteínas defeituosas geradas por genes anômalos.

Até agora, a Ciência só aceita as alterações gênicas (mutações cromossomiais) como ocorrências espontâneas casuais ou ocasionadas por fatores extrínsecos, como radiações ionizantes, produtos químicos do tabaco, viroses, etc…

Algumas correntes admitem ainda fatores intrínsecos, como o estresse emocional, capaz de deprimir nosso sistema imunológico.

A filosofia e a ciência espíritas vêm apontar outro fator: as anomalias perispirituais alocadas nesse envoltório fluídico por nossas ações, pensamentos e palavras com potencial maléfico, seja nas existências passadas, seja na atual”. Continuaremos na próxima semana.

Bom estudo e ótima semana a todos os amigos!


Semana 17

Em continuação à questão da origem espiritual das enfermidades que acometem os seres humanos, abordada na semana 16, prosseguiremos a transcrição do relato do médico espírita Paulo Cesar Fructuoso (sugerimos que leiam o texto da semana passada).

“Por esse prisma podemos considerar toda a Humanidade enferma e a Terra, um imenso hospital.

Seríamos todos nós doentes mais ou menos graves, trazendo enfermidades com manifestações clínicas evidentes, ou sub clínicas e assintomáticas, geradas por nós próprios, já existentes como germes nos subterrâneos do nosso ser, no revestimento altamente energético dos espíritos, e prontos para danificar a tenuíssima fita de DNA de nossas células materiais, fazendo aflorar no corpo físico as mais diversas doenças.

É no genoma que repercutem as mazelas acumuladas há milênios em nossos períspiritos, e cada enfermidade, genética ou não, é o resultado fiel do mal que semeamos no próximo ou em nós próprios quando adotamos comportamentos viciosos e desrespeitosos com nosso corpo físico, o Templo do Espírito.

Sendo o períspirito, o foco primordial de muitas enfermidades, se fosse possível reequilibra-lo, muitos males do espírito poderiam ser aliviados sem, no entanto, ter-se a certeza da cura material completa do organismo.

Esta pode ou não acontecer, entrando em jogo inúmeros fatores a serem equacionados, como o tempo de curso da enfermidade física, a forma como aceitamos a prova da doença, a quantidade de fluídos residuais do períspirito a serem ainda drenados para o corpo físico e, acima de tudo, o nosso merecimento.

“A cura real e definitiva de qualquer enfermidade só se concretizará depois da completa limpeza dos venenos acumulados na veste perispiritual, ou quando o ser humano se entregar definitivamente à observância cotidiana dos princípios terapêuticos estabelecidos pelo Médico Divino, Jesus” (Ramatis).

À medida que formos nos despojando de tudo aquilo que nos aprisiona à matéria, como o orgulho, a vaidade, o egoísmo e a avareza, de maneira simultânea vamos aperfeiçoando o envoltório perispiritual e despertando suas propriedades intrínsecas capazes de evitar as sutis deformações desencadeadoras das inúmeras enfermidades que eclodem no corpo carnal”.

Ótima semana a todos!


Semana 18

Verificamos na publicação da semana passada, por intermédio das palavras do médico Paulo Cesar Fructuoso, que a maioria das enfermidades são frutos de nossos pensamentos, palavras e obras que fujam dos princípios morais evangélicos. Ou seja, Deus não criou o mal, de qualquer natureza; ele é uma opção nossa, já que o livre-arbítrio é uma realidade incontestável, sem exceções à regra.

Todas as adversidades que enfrentamos na vida são instrumentos pedagógicos para que despertemos e busquemos a diminuição gradativa dos sentimentos de desamor, a fórmula natural para que se verifique a evolução espiritual.

 Precisamos assumir a responsabilidade pelos erros praticados, nessa e em encarnações passadas, aceitando os desafios, os obstáculos e as dores; deixando com isso de considerar o inexistente castigo Divino. O Universo é um Todo, regido por leis naturais. Não existem castigos nem privilégios, a ninguém, absolutamente ninguém.

O baixo grau de evolução espiritual da Humanidade terrena pressupõe que nossas mentes produzam elevadíssima quantidade de lixo mental, com as mais variadas composições, que se transforma imediatamente em energia negativa, absorvida e armazenada no perispírito.

O perispírito, também conhecido por corpo espiritual, corpo astral ou modelo organizador biológico, dentre outras denominações, acompanha o Espírito desde sua origem, detendo todas as informações, experiências, sentimentos, emoções, ao longo de toda nossa vida espiritual, estejamos encarnados ou desencarnados. Afinal, somos, verdadeiramente, espíritos eternos.

A energia negativa precisa ser drenada, e essa drenagem pode ocorrer de duas formas: pelo amor ao próximo (caridade), e/ou pelas dores de todas as naturezas, dentre elas, as doenças físicas e emocionais.

Portanto, a completa eliminação das enfermidades que nos acometem, passa por uma profunda reforma intima. O grande desafio é aprender a amar, tendo o comportamento de Jesus, e de tantos outros Mestres, como nossas referências.

Muita paz e luz; sempre! Excelente semana!


Semana 19

Em continuação às abordagens sobre a origem das enfermidades, transcreverei a seguir, parte da entrevista do médico espírita Ricardo Di Bernardi, à Revista Internacional de Espiritismo (março-2016, página 78).


1 – As aberrações físicas são decorrentes de problemas genéticos ou espirituais?

O mecanismo hereditário está intimamente ligado à reencarnação e vice-versa, não podem ser estudados como conhecimentos paralelos.

Toda a genética que está em nível bioquímico está sujeita às leis da dimensão energética, ou seja, astral.

Toda característica e problema físicos são determinados por genes, que são moléculas de DNA, altamente especializadas, energeticamente diferenciadas, que estabelecem a ponte natural de intercâmbio com as energias do Espírito.

As aberrações físicas, portanto, são produzidas por genes que exteriorizam anomalias da estrutura do períspirito.

2 – Qual o mecanismo de exteriorização de um problema espiritual para o corpo biológico?

A entidade espiritual portadora de graves deformidades no seu períspirito, ao ser preparada para reencarnar, é conectada por mentores espirituais ao campo energético da futura mãe.

A presença deste campo energético ocasiona, automaticamente, a liberação de um óvulo cujos genes têm a vibração correspondente ao problema do períspirito.

Posteriormente, no momento da fecundação, o Espírito, inconscientemente ligado ao óvulo, atrai magneticamente um espermatozoide cujo padrão genético é compatível com sua situação.

3 – O que pensar da aberração física como uma punição ou castigo divino?

Seria demonstrar falta de conhecimento da Lei de Causa e Efeito. Essa concepção de um Deus punitivo não cabe no dicionário do estudioso espírita.

Agindo livremente, colhemos hoje o que plantamos ontem; assim, não se trata de punição, mas de consequência natural.

4 – Qual a finalidade ou proveito que tem um Espírito ao reencarnar em um corpo com graves deformações?

Drenagem de energias, oportunidade de cura, libertação das lesões ou dos campos energéticos desestruturados do períspirito.

5 – De que maneira a persistência de pensamentos de baixo teor vibratório determinam alterações anatômicas no períspirito?

O pensamento gera energias que permanecem com quem as produz. O períspirito é composto de moléculas que poderíamos, por analogia, comparar com os gases, portanto, são facilmente moldáveis.

Assim, a mobilização constante de energias mentais de baixo teor vibratório movimentam as moléculas do períspirito que passam a se estruturar de maneira desorganizada, deformando a sua aparência”.

Pudemos observar, pelas explicações acima que, realmente, somos os únicos responsáveis por nossas colheitas. Lembro, uma vez mais, que nossos problemas decorrem da energia negativa produzida pela mente desviada dos preceitos morais evangélicos. Essa energia nociva é acumulada no períspirito ao longo de nossas existências. Portanto, colhemos hoje aquilo que semeamos nessa e em encarnações passadas. Não nos esqueçamos, que além das enfermidades de todas as naturezas, a prática da caridade (amor ao próximo) é a outra opção para a drenagem das energias geradas pelos sentimentos egóicos.

Finalizarei com um pensamento de Joseph Gleber: 

 “O futuro pertence ao espírito, e as diversas terapias que proliferam neste início de milênio e de uma nova era, serão irrigadas com o sopro renovador dos imortais que tudo dirigem, objetivando levar o homem a descobrir seu verdadeiro papel na Humanidade e integrá-lo ao conhecimento de si, para a sua plenificação como filho de Deus”.