GABRIEL DELANNE

Semana 222

Novos Horizontes

A Doutrina dos Espíritos e todos os princípios que a norteiam, surge como um novo Saber, de características inéditas e inconfundíveis, em relação aos demais conhecimentos.

Seus princípios básicos representam, na verdade, os primeiros fundamentos desse novo Conhecimento, cujo desenvolvimento alcançará dimensões imprevistas, em razão do processo de “revelação contínua”, por parte dos desencarnados e pesquisas dos encarnados.

A partir do conhecimento da própria natureza espiritual do ser humano, a considerar o perispírito, o corpo mental, o duplo etéreo, a interexistência e a mediunidade, o Mundo Espiritual, a psicoevolução, ao impulso da Lei de Causalidade e outras realidades cujas informações chegam gradualmente, ganharão aprofundamentos inimagináveis.

Embora dezenas de ramos da Ciência, assim como inúmeros sistemas de Filosofia, incontáveis religiões e outras tantas manifestações da Arte, a nossa Humanidade ainda estagia em sua infância cultural.

Como bem menciona Zalmino Zimmermann em sua obra “Espiritismo, Século XXI”, “o Conhecimento Espírita, tendo surgido no momento próprio - e não se confundindo com nenhum outro -, contribuíra, decisivamente, por certo, para o desenvolvimento dos principais domínios do Saber, em direção ao conhecimento integral do ser humano e da realidade que o envolve”.

E o que isso significa? Significa que, se ainda não está bem percebida a sua real dimensão, porque, claro, se encontra em seus passos iniciais no tocante ao seu desenvolvimento, os tempos vindouros, certamente, reconhecê-lo-ão em seu inteiro significado.

Assim, a importância gnosiológica, ou seja, a teoria do conhecimento da Doutrina Espírita destina-se a reorientar o ser humano em sua escalada evolutiva, introduzindo novas referências e revelando, à luz de valores até então desconhecidos, novos rumos e objetivos condizentes com a superior natureza de ser espiritual.

É o Homo sapiens descobrindo-se, também, pelo autoconhecimento, como Homo spiritus.

Outra análise igualmente importante, devemos elaborar no tocante à sua sistematização, que foi resultante de um tipo de revelação de categoria inédita, baseada no processo mediúnico, em várias de suas modalidades, após o meticuloso e exaustivo trabalho de Allan Kardec, analisando e relacionando informações que chegavam de médiuns de todos os lugares (Princípio da Universalidade), marcando o alvorecer de um novo Saber, indicando em boa lógica, inapropriadas as tentativas que se detectam em alguns círculos, ora buscando enquadrá-lo como ciência, ora como filosofia ou religião, ou os três ao mesmo tempo, tudo o que parece, no sentido de mostrá-lo, de alguma maneira, embasado por esses tipos de saber, como se disso realmente dependesse para firmar sua validade.

Desse modo, o Conhecimento Espírita destaca-se como um saber ainda emergente, e pelo que já revela, pode ser considerado o “Quinto Conhecimento” a compor com os demais, Ciência, Filosofia, Arte e Religião, o conjunto dos Conhecimentos Humanos.

Assim, o Espiritismo tem papel determinante, fundamental, na evolução da Humanidade.

Surgiu no tempo certo, quando havia uma necessidade premente de se superar a escuridão cultural que envolvera a Humanidade (século XIX), sob o guante do poder religioso e político, para propiciar novos e luminosos caminhos para o desenvolvimento do conhecimento científico, das filosofias liberais e das Artes, oferecendo às religiões novos quadros da realidade espiritual.