Logo
Logo

ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA ESPÍRITA

GABRIEL DELANNE

François Marie Gabriel Delanne nasceu em Paris, no dia 23/3/1857, ano de lançamento de "O Livro dos Espíritos". Seu pai, Alexandre Delanne, muito amigo de Allan Kardec, era espírita e sua mãe, Marie Alexandrine Didelot, era médium e contribuiu na codificação do Espiritismo. Gabriel foi engenheiro e dedicou-se ao Espiritismo Científico, tendo buscado sua consolidação como uma Ciência estabelecida e complementar às demais. Fundou a União Espírita Francesa, a revista "O Espiritismo", além de ter publicado vários livros. Desencarnou no dia 15/2/1926, aos 69 anos.

Semana 93

 

Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho! 

 

Martha Triandafelides Capelotto

 

 

Com o título acima há uma obra de extrema relevância, escrita por Humberto de Campos, em espírito, psicografada por Francisco Cândido Xavier, que merece não apenas ser lida, mas, estudada.

A começar pelo esclarecimento inicial feito pelo autor, com requintes poéticos, justificando o assunto, até o ponto culminante do diálogo de Jesus com o Espírito iluminado de Ismael, designado pelo Mestre a ser o protetor Espiritual do Brasil, o livro é uma aula de história, apresentando os bastidores que antecederam o descobrimento desta Pátria abençoada, planejada e protegida pelo Alto.

Como trazer tantas informações para tão pouco espaço?

Como deixar de mencionar partes importantíssimas para o clareamento das ideias sobre a nossa destinação, já que estamos vivendo um momento de muita turbulência, de descrença quanto ao nosso futuro, diante da corrupção assustadora e voraz que assola o país? Como se operará a grande transformação da sociedade brasileira, a ponto de ser restaurado o Evangelho de Jesus? Como seus ensinamentos conseguirão vencer todas as iniquidades?

Descreve Humberto que... “desde os primeiros dias do descobrimento do Brasil, Espíritos já edificados nas lições do Senhor se reuniram, celebrando o acontecimento nos espaços do Infinito. Uma torrente impetuosa de perfumes se elevava da paisagem verde e florida, em busca do firmamento, de onde voltava à superfície do solo, saturada de energias divinas. Nos ninhos quentes das árvores, pousavam as vibrações renovadoras das esperanças santificantes, e, no Além, ouviam-se as melodias evocadoras da Galileia, ubertosa (fértil) e agreste antes das lutas arrasadoras das Cruzadas, que lhe talaram (devastaram) todos os campos, transformando-a num montão de ruínas. Afigurava-se que a região dos pescadores humildes, que conheceu, bastante assinalados, os passos do Divino Mestre, se havia transplantado igualmente para o continente novo, dilatada em seus suaves contornos.”

Em meio a esta euforia paradisíaca, se faz presente, na assembleia augusta, a figura misericordiosa do Cordeiro e, de forma inenarrável, dirige-se a um de seus elevados mensageiros e diz:

“Ismael, manda o meu coração que doravante sejas o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro. Recebe-a nos teus braços de trabalhador devotado de minha seara, como a recebi no coração, obedecendo as sagradas inspirações do Nosso Pai. Reúne as incansáveis falanges do Infinito, que cooperam nos ideais sacrossantos de minha doutrina, e inicia, desde já, a construção da pátria do meu ensinamento”. E prossegue o Mestre, dando as coordenadas de como se operaria a transmigração de todos aqueles que comporiam o cenário dessa nova terra. Além de muitos de seus fiéis trabalhadores, também aportariam, renascendo neste solo abençoado, uma turba de Espíritos necessitados de regeneração e quitação perante as Leis Divinas.

Neste ponto, inicia-se a compreensão por estarmos em meio a tantos desequilibrados, violentos, corruptos, pois, nestas terras promissoras, de clima inigualável, de riquezas ímpares, teriam estas criaturas todas as condições de soerguimento moral e espiritual.

Na nossa visão curta e estreita, queremos que tudo seja retificado de um dia para o outro, porém, para termos o merecimento do perdão, da oportunidade de regeneração, teremos que banhar nossa fronte com o suor do sacrifício, da dedicação, do desvelo e do aprendizado diário, assim como o fazemos numa escola. É certo que muitos desta escola se mantêm afastados, mas, cedo ou mais tardiamente, a ela retornarão.

Benditos sejam todos que já se encontram do lado direito do Cristo, ajudando-o na construção da Pátria do Evangelho, na conquista do Reino dos Céus, que habita o coração de cada um.

Venturosos serão todos aqueles que trilham o caminho do bem, apesar das adversidades momentâneas, das iniquidades (injustiças), cantadas e decantadas, pois, para estes, alegrias e muita paz espiritual estarão reservadas.

Salve Brasil, coração do mundo e Pátria do Evangelho!